segunda-feira, 21 de junho de 2010

Se eu te dissesse...

Eu gosto das bebidas. Não gosto do modo como elas te consomem.
Não gosto quando elas te fazem gritar comigo. Me irrita.Me magoam.
Não gosto de dizer coisas.Mas preciso, me entende?
E se eu disser que eu nunca sei mesmo a direção?
E se eu disser que toda vez que eu achei que ia acertar,na verdade
só arrisquei? Você ainda ia querer? Diz.
Eu seria ainda o que sou pra você?
E se eu disser que eu nunca soube nada da minha vida, que eu
sempre deixei tudo passar por mim e as vezes ia, as vezes não ia,
dependendo do gosto do café. Você ia querer?
Será que ia mesmo?
Minha vida é correr contra os carrinhos na montanha russa,
esperando vencer o impossível e não ser levada outra vez
para trás. Você entende? Ainda assim quer? Pensa....
Eu não sei nada. Só sei ser assim. Eu sequer me entendo.
Ninguém esqueceu a sombra do meu quarto.
Ainda assim eu fugi.
Niguém passou com pressa por mim.
Eu sempre fui...
Sempre passei...
Sempre acreditei em minhas próprias histórias.
E nunca dormi.
Sempre vi tudo chocoalhar meus cabelos e me deixei
levar. É isso? Nunca morei em uma só casa.
Nunca fiquei em um só plano.
Nada concreto.
Só correr contra a brisa pra sentir o gosto da
chuva na boca. Nunca cresci. Agora perdi o trem.
E ele não pára mais pra mim.
E se eu te dissesse que faço todas essas besteiras
porque te amo?
Você iria me querer pra sempre?

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